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A Cooperativa
de Recicladores de Uberlândia – CORU é fruto de uma
iniciativa de catadores/as que procuraram viabilizar seu trabalho de
forma organizada para enfrentar uma serie de dificuldades encontradas
no momento da comercialização dos materiais recicláveis,
aliada a percepção da importância do trabalho coletivo
como facilitador da articulação e fortalecimento da categoria.
Nesse contexto, em 28 de junho de 2003 a CORU foi formalizada no município de Uberlândia - MG, a qual conta atualmente com 22 cooperados/as diretos e atende 46 famílias, indiretamente. Administrativamente a organização da CORU passa pela Diretoria Executiva, composta por cooperados/as eleitos pela assembléia geral e as decisões são tomadas em reuniões ordinárias e extraordinárias de forma democrática e participativa. Os cooperados são genuinamente, catadores e catadoras. No ano de 2007 o Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários da Universidade Federal de Uberlândia – Cieps/Proex/UFU iniciou um projeto de incubação da CORU. Uma das ações estratégicas do processo de incubação consistiu na assinatura de um protocolo de intenções entre a UFU e o Banco do Brasil, onde ficou acordado, dentre outros aspectos, que depois da assinatura do termo, ambas as instituições atuariam na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba para viabilizar a construção do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável - DRS, a partir de iniciativas de empreendimentos de Economia Popular Solidária. A incubação da cooperativa tem uma proposta metodológica alicerçada na ação participativa sob orientação dos princípios da Economia Solidária por meio da promoção de processos dialógicos, com vistas a fortalecer o protagonismo dos cooperados e sua autonomia de gestão. Os procedimentos de intervenção estratégica são construídos estabelecendo-se uma relação parceira entre o ambiente acadêmico e o grupo cooperado, e em sua extensão com os demais parceiros do empreendimento, tendo em vista o desenvolvimento de ações sustentáveis e solidárias, que contribuam em última instância, com a sua profissionalização e a geração de renda. A partir de 2009, a CORU tornou-se um dos empreendimentos incubados pelo Cieps/Proex/UFU, no interior do Programa Nacional de Incubadoras – PRONINC das Universidades Públicas passando, assim, a participar da política estruturante de geração de trabalho e renda em articulação com as políticas de Segurança Alimentar e Nutricional, promovidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS. Ainda neste contexto, a CORU passou a participar tanto da criação do Fórum Regional de Economia Popular Solidária, quanto da organização de uma rede de comercialização da cadeia produtiva dos materiais recicláveis, tudo na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba contando com o apoio do Instituto “Nenuca” de Responsabilidade Social - INSEA, e outros segmentos sociais envolvidos no intuito de agregar valor aos resíduos coletados e melhorar a renda, a auto-estima, a qualidade de vida e a dignidade dos/as catadores/as. No que diz respeito aos cooperados da CORU, em termos gerais são trabalhadores/as que fazem parte da população brasileira com vulnerabilidade sócio-econômico-cultural, baixo grau de escolaridade e renda familiar inferior a um salário mínimo. A cooperativa, assim como as demais espalhadas pelo país sofre com as oscilações do mercado. As mesmas devem-se, principalmente, a três motivos: de um lado, à crise financeira internacional, iniciada no segundo semestre de 2008; a baixa qualidade dos materiais recicláveis coletados pela CORU junto às instituições parceiras, bem como à deficiente infra-estrutura física da cooperativa, devida não somente a falta de espaço físico adequado, mas também de equipamentos necessários para viabilizar os processos de coleta, triagem e armazenamento dos materiais. Situação esta, agravada pelo fato de terem ocorrido dois incêndios um em 2008 e outro em 2009, e outras duas tentativas de incêndio nesse mesmo período, que provocaram a destruição completa das suas instalações, incluindo os equipamentos, a documentação oficial e de uma grande quantidade de materiais recicláveis armazenados e separados para venda. Em relação a sua política de trabalho, a CORU procura promover o seu fortalecimento institucional por meio da parceria com diversas organizações civis, entre elas o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis - MNCR, o que possibilitou a participação no 7º Festival Lixo e Cidadania em setembro de 2008 e em março de 2009 na marcha dos/as catadores/as realizada, ambos, em Belo Horizonte - MG. Estas articulações têm possibilitado aos cooperados da CORU o exercício de cidadania, influenciando toda a categoria para a elaboração, conquista, luta e efetivação de políticas públicas para o setor nos diferentes níveis de governo. Um exemplo dessa articulação é o cumprimento do Decreto Presidencial nº 5.940, de 25 de outubro de 2006 que estabelece a destinação final correta dos resíduos sólidos urbanos das instituições públicas federais. Por outro lado, em Uberlândia a CORU tem conseguido ao longo da sua história firmar parcerias interinstitucionais com os parceiros dos seguintes órgãos: Correios, Infraero, Universidade Federal de Uberlândia, 36° Batalhão de Infantaria Motorizada - 36° BIMTz, Receita Federal, Banco do Brasil e IBAMA. Conta também com a parceria de empresas, escolas privadas, órgãos públicos municipais e estaduais Apesar desse quadro conjuntural, a CORU viabiliza a “retirada” dos/as cooperados/as em dia, o combustível, manutenção e imposto dos veículos, além de continuar a cumprir os compromissos assumidos para a coleta de resíduos sólidos junto a instituições públicas e privadas parceiras. Por outro lado a CORU vem promoveu em 2009 em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia, programas de educação ambiental em 23 escolas da rede pública municipal de ensino e sempre que convidada, atende prontamente ao chamado da comunidade para atender escolas, faculdades, empresas, condomínios atentos à necessidade da separação, coleta e destinação correta dos resíduos sólidos. Como resultado destas ações, a CORU conquistou nesse mesmo ano o titulo de Entidade de Utilidade Pública Municipal, apesar de não receber nenhum tipo de subvenção social. Dentre os desafios atuais para a CORU, considera-se fundamental garantir e viabilizar uma infra-estrutura adequada para a cooperativa; promover e ampliar a formação continuada dos/as cooperados/as; elevar a organização autogestinaria do empreendimento; ampliar a parceria com a Prefeitura Municipal de Uberlândia e outras entidades públicas e privadas visando a implementação do processo de coleta seletiva do município; ampliar a participação da cooperativa nas lutas pelo fortalecimento e as reivindicações do Movimento Nacional de Catadores de Matérias Recicláveis – MNCR e da Economia Popular Solidária – EPS, em Uberlândia e região. Tudo isso com a finalidade de contribuir com a preservação sustentável do meio ambiente e em especial com a geração de mais trabalho, renda e qualidade de vida dignas para os/as cooperados/as, suas famílias e consequentemente para a comunidade. |
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